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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ghignone fecha última loja em Curitiba

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Ghignone fecha hoje última loja em Curitiba

Rede de livrarias Ghignone, fundada há 90 anos, chegou a ter 13 lojas
LIVRARIA



Publicado em 13/08/2011 | HELENA CARNIERI


A fila permanecia com média de dez pessoas e as prateleiras iam se esvaziando rapidamente ontem na última loja da Livrarias Ghignone, situada na Rua Comendador Araújo, nº 534, que encerra suas atividades hoje, às 20 horas. Os clientes mais fiéis expressavam o desconsolo para o proprietário Luiz Machuca da Silva, casado com uma das filhas de José Ghignone, filho do italiano João, que chegou ao Brasil aos 5 anos e abriu sua primeira loja em 1921. A empresa chegou a ter 13 lojas em Curitiba.

Nesses últimos dias de atividade, era possível encontrar, por R$ 29,90, uma edição de O Código Da Vinci em capa dura e com ilustrações, e o livro Beyond Beauty, com fotos de atrizes como Kirsten Dunst, então com 14 anos. Diversos livros de ficção e estudo estavam sendo vendidos pela metade do preço.

“A casa está vazia. Não posso continuar sem ele aqui”, disse Silva à reportagem, referindo-se ao sogro, que até um ano atrás fazia o papel de livreiro da Ghignone, mas que hoje, aos 90 anos, está com a saúde debilitada.

Emocionado, Silva fala sobre a perda que a sociedade sofre com o desaparecimento dos livreiros. “[O livreiro] é o único [profissional] que semeia homens. E meu interesse não é simplesmente o comércio de livros.” Perguntado sobre os prejuízos do negócio, ele admite que lucro não havia, mas que se houvesse seria revertido para a compra de livros.

Café

O ponto, que era alugado, foi passado adiante. No local funcionará um café, após uma reforma, sem data para reabrir. Os funcionários não sabem se irão permanecer na casa.

A loja da Rua Comendador Araújo foi aberta há sete anos, na sequência do fechamento do ponto mantido no calçadão da Rua XV por muitos anos. Segundo Silva, a decisão de cerrar as portas da loja central foi motivada, na época, pela violência da região, e a abertura no ponto mais próximo ao Batel foi uma oportunidade para que José continuasse a “semear pessoas”.

A família pretende agora viajar com José, se sua saúde permitir, e limpar e rearranjar seu acervo de livros raros, correspondências e fotografias de artistas famosos que passaram pelas portas da Ghignone.

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