TARYNE ZOTTINO
Foto: Gerson Oliveira/ Correio do Estado
A delegada da DPCA, Regina Brito, faz um alerta aos familiares de crianças e adolescentes
Repletas de sonho e alegria, infância e adolescência são consideradas umas das melhores fase da vida. No entanto, até mesmo períodos tão bonitos podem ser interrompidos pela violência. O combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes será fortalecido nesta quinta-feira (6), data do “Dia Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes”.
De acordo com Regina Brito, delegada da DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), cerca de 90% dos casos registrados são de abuso sexual e 70% deles acontecem dentro do ambiente familiar. Desde o início do ano, foram feitos 280 boletins de ocorrência envolvendo abuso sexual e notificadas aproximadamente 40 denúncias a cada mês.
A delegada da DPCA explica que existe diferença entre abuso e exploração sexual. No caso do abuso, um adulto pratica atos sexuais com criança ou adolescente como forma de satisfação de seu desejo. Na exploração sexual, ocorre a utilização de menores para fins sexuais, havendo troca de favores, dinheiro ou presentes. A criança ou o adolescente entregam seus corpos porque são induzidas por situação de pobreza, pelo abuso sexual familiar, ou pelo estímulo ao consumo.
Alerta
Segundo a delegada, o alerta é para que pais e responsáveis conversem com seus filhos. “O agressor sempre se utiliza de coação psicológica e de ameaças para que seu crime permaneça em sigilo, por isso todos os membros da família devem se preocupar, já que a denúncia nem sempre é encaminhada pelo responsável”, declara.
Quanto a exploração sexual, a DPCA conta com o apoio da sociedade, pois por existir uma troca, nem sempre os menores estão dispostos a deixar a prática e dificilmente procuram a polícia. A delegada pede o encaminhamento de denúncias, que podem ser feitas anonimamente, através de telefone ou e-mail, relatando o maior número de informações que facilitem o trabalho investigativo.
Para os crimes de exploração sexual, a penas variam de dois até 15 anos de reclusão.
Psicologia
Conforme a psicóloga Graça Colavite, crianças e adolescentes precisam de atenção constante. “Os pais precisam estar sempre em alerta. A criança dá sinais do abuso, fica diferente, demonstra que algo está errado. O erro está no adulto ignorar isso”, comenta. A profissional acredita que o trabalho psicológico feito com alguém que sofreu algum tipo de violência sexual é bastante direcionado e individual.
“Procuramos trabalhar ludicamente, fazer com que a criança e o adolescente consigam se expressar. Falar sobre isso será importante para que possa conseguir superar o trauma e não se tornar um adulto agressivo, ou depressivo”.
Para a psicóloga, os pais devem estar sempre atentos, não deixando os filhos sozinhos, dialogando com eles e observando suas atitudes, “principalmente porque a maioria dos casos envolve pessoas muito próximas, como vizinhos, amigos da família e até mesmo familiares”, completa.
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