A dificuldade maior em entender esse texto, é porque muitos têm um conceito sobre vida conjugal que estão focados no fato que: experimentar a felicidade conjugal é um estado de ser intenso em função das atitudes da pessoa em corresponder cem por cento de todas as expectativas relacionadas ao casamento.
Todos querem e desejam a pessoa certa, mas não entendem que precisam ser a pessoa certa. Esse texto se refere à construção no processo de ser uma só carne; não a um estado de felicidade perpétuo, isso porque, a simples copula dentro do conceito de Paulo, já os tornava uma só carne. “Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse dois numa só carne.” (1Co 6:16).
As interpretações dos sentimentos dos namorados levam a duvidas e questionamentos após o casamento porque muitos pensam que o fato de estar apaixonados é a única razão de estar e permanecer casados. O que chamamos “estar apaixonado” é um estado de graça onde os olhos são abertos para a beleza física, os ouvidos as melodias e poesias, despertando os sentimentos mais nobres e ao mesmo tempo subordinando nossa sexualidade animal (pelo menos no começo) nesse sentido, o amor vence a luxúria, pois estar apaixonado é bem melhor que a sensualidade do prazer da carne pela carne, como um desejo egoísta e mesquinho.
Nenhum sentimento dura para sempre na sua intensidade. A paixão nos leva ao casamento, como uma ignição que faz movimentar a maquina do desejo de esta sempre com a pessoa escolhida todos os momentos da vida, mas a paixão por si não pode se tornar o motor que vai dirigir a vida conjugal, isso porque, a paixão é apenas um sentimento.
Aquela ideia dos finais de filmes “e foram felizes para sempre” está dizendo algo que provavelmente nunca foi e não será a verdade. Conhecimentos princípios e hábitos podem durar sempre, mas os sentimentos vão e vem. O que vem a seguir após a paixão é que vai determinar a ser verdadeiro, mesmo quando deixar de estar apaixonado. Ninguém pode prometer o mesmo sentimento por toda a vida, da mesma forma como não poderia prometer ter dor de cabeça ou fome sempre.
A ideia que estar casada é um estado permanente de felicidade não corresponde com a realidade de ninguém. Cumprir a promessa que fiz com pessoa que escolhi para companheira diante de Deus é que começa o processo de tornar-se uma só carne com ela.
Um casal tomava café da manhã no dia em que completavam Bodas de ouro. Como de costume, ela corta o pão, tira o miolo, passa manteiga, e pensa:“Sempre deixo ao meu esposo a melhor parte do pão, o miolo. Hoje, no nosso aniversário de casamento, vou eu comer essa parte, pois é a que mais gosto, e darei a ele a casca”. Ao oferecer a ele a casca, a reação dele foi de alegria: “Puxa, querida, obrigado por esse presente. A parte do pão que mais gosto de comer é a casca, mas todo o dia deixa você para que você saboreie o melhor que é o miolo.” Eu creio que esse casal alcançou o objetivo de se tornaram uma só carne. Ser uma só carne é ser e desejar sempre o melhor para a pessoa que eu amo.
É o amor que mantém a maquina do casamento ativa; quem suportaria viver a intensidade de uma paixão romântica o resto da vida? O que seria das amizades, do trabalho, do apetite, do sono? Ser uma só carne é aprender a amar, não como mero sentimento fugaz, mas como uma unidade pela graça que os parceiros recebem de Deus de viver com a incoerência do outro. Estar “apaixonado” leva o casal a jurar fidelidade um ao outro; o estar “apaixonado” não passa da ignição que deu partida numa intensa viagem de tornarem-se uma só carne.
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http://www.minacq.com.br/umasocarne.html
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