Qualquer pessoa que mora numa grande capital entende a importância de segurança no lar. Sabendo que existem alguns maus elementos no mundo, procuramos minimizar o perigo de assaltos e invasões das nossas casas. Muitas casas são cercadas por muros altos. Outras têm grades nas janelas. Algumas têm sistemas sofisticados de alarmes ou guardas para as defender. E qual rua não têm, pelo menos, alguns dez cachorros que latem em coro quando alguém passa na rua? É normal querer segurança em casa.
O que é que procuramos proteger dentro de casa? Alguns bens materiais, talvez. Mas, de maior importância, protegemos a vida física e o bem-estar emocional das pessoas queridas que chamamos família.
Enquanto protegemos nossas famílias de alguns riscos físicos, freqüentemente negligenciamos uma outra questão de segurança no lar. Nossas famílias são sujeitas a muitas ameaças espirituais. Como podemos defendê-las? O que podemos fazer para criar e manter lares seguros e capazes de resistir os males que destroem muitas famílias e estragam as vidas de muitas vítimas inocentes? Neste artigo, consideraremos alguns princípios bíblicos que asseguram lares mais sólidos e tranqüilos.
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Quando Deus criou o ser humano, ele fez duas pessoas: um homem e uma mulher. Desde o princípio, Deus ordenou que o casamento fosse um relacionamento especial e íntimo de dois: "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2:24). Milhares de anos depois, Jesus repetiu o mesmo princípio como a vontade de Deus para todos (Marcos 10:6-9; Mateus 19:4-6). Paulo divulgou a mesma regra quando ensinou que cada homem pode ter "sua própria esposa" e cada mulher "seu próprio marido" (1 Coríntios 7:2).
Muitos dos problemas de lares inseguros, hoje em dia, resultam da desobediência deste princípio fundamental. Vamos ver alguns exemplos desses abusos e suas conseqüências:
Deixa o homem pai e mãe. O ato de casar-se cria uma nova família, independente das famílias dos pais. O ponto deste aspecto do mandamento não é distância física, pois encontramos exemplos de pessoas fiéis que moraram perto dos pais (Gênesis 24:67). É possível morar perto dos pais e ainda desenvolver uma família independente, mas não é fácil. Há duas tendências erradas que freqüentemente atrapalham famílias: Pais que interferem nos assuntos dos filhos casados, e Filhos casados que não assumem a responsabilidade na própria família. Enquanto esses problemas podem acontecer em qualquer família, são mais comuns quando os filhos ficam pertinho dos pais depois de casar. Às vezes, a noiva demora para aprender como cozinhar e manter a casa porque não estabelece um lar independente. Muitos novos maridos não aprendem a responsabilidade de sustentar a família e administrar o dinheiro, porque os pais continuam ajudando financeiramente. Alguns novos pais não sabem criar filhos, porque as crianças estão sempre na casa dos avós. Muitos casais nunca aprendem como resolver problemas entre si, porque sempre procuram refúgio na casa dos pais, ao invés de conversar como dois adultos para achar soluções para suas diferenças. Quando recém-casados respeitam a vontade de Deus para deixar pai e mãe e formar uma nova e independente família, aprendem depender um do outro, resolvendo problemas e criando laços fortes.
Se une à sua mulher. Nestas palavras encontramos dois aspectos importantíssimos de um bom casamento:
Se une à sua mulher. O ato de unir-se sugere o compromisso do casamento. Os costumes e as leis mudam de uma época para outra e de um país para outro, mas a idéia de assumir um compromisso de casamento com uma pessoa é essencial. No Brasil, atualmente, essa união exige um casamento lícito, devidamente registrado no cartório. Pessoas que vivem amigadas estão evitando o compromisso do casamento, deixando aberta uma porta de saída. O relacionamento de tais pessoas não se trata de casamento, mas sim de fornicação, um pecado contra o par e contra Deus (Hebreus 13:4; 1 Coríntios 7:9). Relações sexuais antes ou fora do casamento do casamento são pecaminosas. Se une à sua mulher. Em três palavras, Deus já excluiu muitos dos motivos de lares instáveis. Deus, na Bíblia, autoriza cada homem a casar-se com uma mulher. A prática comum de divorciar e casar com outra não é da vontade de Deus. Deus não criou Adão e Eva e Ana e Sara. Ele criou um homem e uma mulher. O casamento hoje é um relacionamento fechado e exclusivo entre duas pessoas. Eu não tenho direito nem de pensar em me separar da minha esposa para achar outra. Devemos observar outra coisa importante nessas palavras. Deus criou um homem e uma mulher. Deus não autorizou que o homem tivesse relações sexuais com animais, nem com outros homens. Ele já tinha criado diversos animais, mas nenhum deles foi feito para ser companheiro íntimo do homem (Gênesis 2:20). Também, é óbvio que Deus não criou Adão e João. Não importa quantas teorias que os homens inventam, ou quantas leis que os políticos fazem, as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo sempre serão condenadas pela palavra de Deus (Romanos 1:24-27; 1 Coríntios 6:9-11). Os homossexuais precisam parar de cometer esse pecado e voltar para Deus.
Tornando-se os dois uma só carne. No meio da libertinagem do nosso mundo, a idéia de fidelidade matrimonial parece antiquada. Filmes, novelas, revistas e jornais sugerem que a paixão é incontrolável e a traição inevitável. O mesmo antigo mentiroso que enganou Eva no jardim do Éden continua enganando milhões com essas mentiras. O privilégio de ter relações sexuais é uma das melhores coisas que Deus deu para o prazer do homem e da mulher, mas pessoas pecaminosas procuram estragar esse dom de Deus. A intenção de Deus é que, logo depois de assumir o compromisso de casamento, o homem e sua mulher começarão uma vida de relações íntimas que trarão prazer para os dois. O bom marido vai se preocupar com a satisfação sexual de sua esposa, e ela, por sua vez, vai responder aos desejos naturais dele. Pessoas que respeitam a vontade de Deus não admitem a possibilidade de se envolver sexualmente com outras pessoas (1 Coríntios 7:3-5; Provérbios 5:1-23; Mateus 5:27-28; Hebreus 13:4; 1 Coríntios 6:9-11; Romanos 7:1-3). As pessoas que encontram mais prazer sexual na vida são as pessoas que se dedicam ao desenvolvimento do relacionamento íntimo com seu legítimo parceiro. Essas pessoas não sofrem da culpa que vem com lembranças de pecados cometidos no passado, nem da insegurança que a infidelidade traz para a vida de muitos. No casamento lícito, o sexo se torna uma parte especial do amor verdadeiro e completo entre duas pessoas.
O cristão que respeita a Deus vai contrariar as tendências pecaminosas de uma sociedade que defende a libertinagem. Um artigo recente na revista Época acertou quando descreveu uma grande parte do problema de jovens terem relações sexuais: "Quem é adolescente, hoje, tem nos pais o exemplo de uma geração que derrubou barreiras para tornar o sexo antes do casamento algo moral e socialmente aceitável" (12/04/99, página 50). Temos que mudar este quadro. A fornicação pode ser socialmente aceitável, mas nunca será moralmente aceitável. Mesmo se não conseguirmos mudar o pensamento de todos, podemos e devemos começar nos nossos próprios lares e igrejas. Pais, assumam compromissos com seus filhos para ajudá-los a manter sua pureza, assim se preparando para felicidade verdadeira no casamento e no céu.
Famílias Seguras
Abandono e divórcio são fontes de muito sofrimento. A vida de muitas crianças e jovens se torna um pesadelo, devido às promessas quebradas dos pais. Muitos adultos sofrem feridas incuráveis de rejeição por alguém que, alguns anos antes, prometeu amor e fidelidade até a morte. Deus autorizou o casamento, mas a destruição de lares é obra do diabo. Muitas coisas mudam depois de casar, mas o compromisso é irrrevogável. Geralmente, o homem de 50 anos não é tão bonito, fisicamente, como era quando tinha 20 anos. A mulher de 80 anos pode ter alguns problemas de saúde que não tinha aos 30 anos. Problemas mais difíceis, incluindo doenças mentais, podem se desenvolver depois do casamento, mas o compromisso não muda. Uma doença ou acidente pode deixar a pessoa incapaz de cumprir seu papel normal, mas o compromisso continua o mesmo. A sua esposa ou o seu marido merece a segurança de saber que vocês vão ficar juntos até a morte.
Seus filhos precisam da mesma segurança. Lares tumultuados e quebrados por divórcio deixam muitas vítimas. Pesquisa publicada na revista Veja prediz uma grande mudança na família brasileira: "Em apenas duas décadas, o número de famílias nucleares, compostas por pai, mãe e filhos de um primeiro casamento, será menor do que o de novas uniões resultantes de separações e divórcios." O mesmo artigo observa o fato óbvio: "Mas é ilusão achar que exista separação sem dor e sofrimento. O fim de um casamento é uma das situações mais estressantes que um ser humano pode enfrentar....Para as crianças, significa lidar com emoções desconhecidas, na maioria das vezes traumáticas...."
Cumprindo nossos papéis com amor
Existem muitas outras coisas que contribuem à segurança no lar. Homens responsáveis devem trabalhar e sustentar a família (1 Tessalonicenses 4:11; 2 Tessalonicenses 3:10; 1 Timóteo 5:8). Mulheres piedosas serão boas donas de casa, contentes com as necessidades da vida e livres da avareza (Tito 2:3-5; 1 Timóteo 6:7-10). Pais que temem ao Senhor vão instruir seus filhos por palavra e exemplo, os corrigindo em amor (Efésios 6:4). Violência, bebidas, drogas, imoralidade e diversas outras más influências serão eliminadas das nossas famílias, deixando um ambiente saudável para o desenvolvimento de pessoas aptas para o reino de Deus. Vivendo bem no lar exige sacrifício e determinação. Mas, lembre-se de dois fatos importantes: O amor de Deus exigiu um sacrifício maior (João 3:16; Efésios 5:25), e Estamos tratando de seres humanos, feitos à imagem de Deus, que têm espíritos eternos. Você terá uma grande influência na eternidade de seu companheiro e de seus filhos. Vale a pena ser fiel!
-por Dennis Allan
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