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sábado, 3 de setembro de 2011

Greves e serviço público

Greves e serviço público

Greves surgem como grama no mundo da administração pública brasileira.

De norte a sul do país, serviços considerados essenciais são suspensos.

O discurso dos governantes não muda, continuam alegando oferecer valorização. Então por que será que as greves acontecem?

Enquanto isso, a população reage como seria esperado de quem tem serviços essenciais suspensos: com revolta, indignação. Mesmo porque, alguns dos governantes que vem à mídia para falar a respeito foram eleitos por eles, então, supõe-se que haja uma relação de confiança.

Nenhum de nós, em sã consciência concorda com a suspensão de serviços essenciais, mas será que todos tem a ideia da importância de se observar com cuidado essa relação de custo benefício que está envolvida na situação?

Sim, acho que todos concordam que para a realização de trabalhos indispensáveis ao bom andamento da vida nas cidades é necessário que os trabalhadores que os executam estejam minimamente satisfeitos com as condições de trabalho e remuneração que lhes são oferecidas.

E eles não estão. Os salários são baixos, aumentos reais são substituídos por gratificações e incentivos temporários. A valorização profissional/pessoal, o bom clima organizacional, os planos de carreira existem, no papel.  A relação com a população é extremamente prejudicada pelas notícias de funcionários públicos corruptos ganhando milhões em falcatruas ou por herança genética país à fora, como se fossemos uma monarquia ou coisa assim.

Já que acreditam nas declarações de seus eleitos, a população deveria inteirar-se mais sobre o que é feito nas estruturas públicas em relação àqueles que como costumo dizer, "carregam o piano". Sim, porque uma cidade não se sustenta apenas com seus políticos, seus médicos, professores, procuradores.... Ela precisa imensamente de coveiros, escriturários, faxineiros e outros profissionais de nível básico ou médio e até universitários que são praticamente esquecidos num canto.

É tradição no Brasil classificar o funcionário público de preguiçoso, folgado. Isto é visto como certo por grande parte da população. Como também são classificados por muitos como corruptos.

Mas não é bem assim.

Gente folgada e preguiçosa existe em todo lugar. No serviço público isso até já foi mais constante. Porém, as novas gerações de servidores tem outra postura, já que tem outra visão do mundo especialmente do mundo público. Buscam aperfeiçoamento pessoal e profissional e isso reflete e muito em sua atuação. 

Quanto aos corruptos, que claro, existem, gostaria muito que a população refletisse sobre um ponto básico: onde há corruptos é pq existem corruptores....

O ser humano é extremamente falho. Os valores da sociedade estão há anos em franca degradação. "Pequenos delitos" como ultrapassar a faixa de pedestres num dia de pressa, pagar uma caixinha para furar uma fila, oferecer pequenos mimos ao fiscal que faz uma visita de rotina esperando que em uma situação irregular ele não os puna, são atitudes que tomam grandes proporções em sua somatória e descambam para a falta de razão quando se cobra um comportamento ético. E assim, todos perdem a noção do certo ou errado, portanto perdem a crítica e a autoridade para cobrar.

A administração pública tem que colocar em prática os conceitos de gestão adotados pelas empresas vitoriosas, bem sucedidas. E tem que fazer isso já e de forma global. Não dá para oferecer um serviço classe A com salários ou ambiente de trabalho classe E, pautado não na meritocracia, mas no famoso QI (quem indica).

Ou a população pensa em colocar na pauta do dia a exigência de uma boa administração, acompanhando isso de perto ou vão passar o resto da vida reclamando da qualidade do serviço ou das paralisações.

de amalia a zeppelin - Greves e serviço público http://bit.ly/mWKAwk 



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